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Casa da Roda
Introdução
A Casa da Roda é um Núcleo Museológico ao serviço de toda a comunidade, aberto ao público, e que se ocupa da investigação dos testemunhos culturais da comunidade local, adquirindo-os, conservando-os e dando-os a conhecer através da sua exposição para fins de estudo, de educação e lazer.
Missão
O Núcleo Museológico da Casa da Roda dos Expostos de Torre de Moncorvo tem como missão estudar e preservar o património etnográfico e a importância que as instituições de assistência tiveram no nosso país ao longo dos séculos. Tendo como o objetivo promover a sua divulgação, privilegia um conjunto de atividades de cariz pedagógico, com a finalidade de dar a conhecer a atividade desenvolvida pela Casa da Roda a toda a comunidade local e aqueles que a visitam.
Objetivos
São objetivos do Núcleo Museológico:
- Estudar, preservar e divulgar o património etnográfico em todas as suas manifestações;
- Manter sob guarda os objetos etnográficos doados pelas várias famílias locais;
- Orientar as populações mais jovens para a valorização dos espaços museológicos, promovendo uma reflexão crítica sobre a importância da salvaguarda do património;
- Implementar uma rede de interação com diversas instituições, públicas e privadas;
- Estabelecer uma política de aquisição de acervos a partir de pesquisa, compra e incentivo às doações e empréstimos, junto de particulares e outros;
- Promover ações de reconhecimento, valorização e preservação do património etnográfico, material e imaterial, em instituições e comunidades;
- Incentivar a participação de instituições sociais, religiosas, educativas e culturais, em projetos de tradição oral, publicações e pesquisas, a partir das suas histórias e raízes, estimulando a preservação de suas memórias e a continuidade das suas atividades, nos projetos da Casa da Roda;
- Afirmar a Casa da Roda como um atrativo nos roteiros de visitação turística e de lazer, conectando as atividades com outras desenvolvidas pelas instituições religiosas, sociais e culturais locais.
História
A prática de exposição/rejeição de recém-nascidos perde-se no tempo, sempre aliada ao fenómeno do infanticídio, e as suas causas diversificadas foram-se modificando, se bem que alguns motivos passam a assumir mais incidência consoante os contextos espácio-temporais. Concomitantemente, autoridades religiosas e civis da Europa medieval tentaram encontrar formas de responder a esse problema social. O problema dos expostos e a criação de casas específicas para o seu cuidado é anterior à circular de 1783. Contudo, é esta “circular de 24 de março no reinado de D. Maria I”, que marca a implementação das casas da Roda por todo o país. Em Torre de Moncorvo, embora já em 11 de dezembro de 1781 existissem preocupações camarárias com estas crianças, é em 1783 que se iniciam as diligências em relação aos expostos do concelho. A Casa da Roda dos Expostos situa-se na travessa da rua onde se encontra a Igreja da Misericórdia. A proximidade de ambas permite-nos estabelecer uma relação entre si, já que a Casa da Roda substituiu a Misericórdia no acolhimento dos expostos que, muitas vezes, eram colocados à porta daquela Igreja. O edifício é uma casa típica transmontana, com escadas exteriores em xisto que conduzem a um alpendre. Ao lado da porta, à esquerda, há uma pequena janela com a data de “1785”, onde estava instalado o mecanismo “giratório” aberto de um lado e colocado verticalmente, servindo para ali deixarem os desvalidos, sem contato direto com o exterior. Desta forma, poder-se-á considerar aquele ano como de início da atividade da Casa da Roda neste espaço. As rodas tinham formas próprias de funcionamento. A mãe ou a pessoa que ela indicasse, colocava a criança no recetáculo, rodava-o, e dava um sinal (pancadas leves na roda ou na porta) para avisar que estava um bebé na roda. A criança, por vezes, trazia um bilhete que era arquivado junto ao registo, ou transcrito para o registo de matrícula, com os seus dados pessoais mais básicos. A rodeira recolhia a criança, dava-lhe os cuidados de higiene e alimentação e só depois se procedia ao seu registo. O registo era feito num impresso, onde se ficava a saber quando foi apresentada a matrícula; quais os sinais que apresentava; se trazia indicação do nome; se era ou não batizada; o nome que lhe era dado; a ama a quem era entregue e residência; e ainda o registo dos objetos que a acompanhavam em termos de enxoval; quando era “entregue à mãe”; se “terminou o tempo”; ou se “morreu na roda”. No dia seguinte era visto pelo médico municipal. Caso estivesse bem de saúde podia ser entregue à ama, se estava doente permanecia na Roda. Os expostos eram entregues a amas de leite (menos de um ano e meio) ou amas-secas (mais de um ano e meio) e aí permaneciam até aos 7 anos, mediante um vencimento pago pela Câmara Municipal. Entre os 7 e os 12 anos fazia-se a integração social da criança exposta. A maior parte ia servir como criados. Outros eram entregues a oficiais de mestres como aprendizes. Quando completavam a maioridade ficavam livres da tutela do juiz de órfãos, e eram cidadãos sem qualquer inibição social, podendo ocupar cargos públicos. A Casa da Roda de Torre de Moncorvo recebeu, durante alguns anos, crianças dos concelhos de Alfândega da Fé e Carrazeda de Ansiães. O fim da Casa da Roda de Torre de Moncorvo inicia-se com a criação da Roda Hospício em Bragança em 1872, vindo a encerrar definitivamente em 1906. Nos finais dos anos 90, a Câmara Municipal adquire o edifício para aí instalar o Posto de Turismo. Em 1999, o Município de Torre de Moncorvo efetua um protocolo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional que, através de uma candidatura ao Curso de Património Cultural, possibilitou a recuperação da Casa da Roda através de técnicas tradicionais, sendo o projeto da responsabilidade do GTL (Gabinete Técnico Local) integrado nos serviços do Município. No ano de 2002 foi inaugurada como Posto de Turismo que aí funcionou até inícios de julho de 2013. A autarquia, em 2014, recupera a antiga Casa da Roda e aí instala um núcleo Museológico onde recria no espaço o ambiente da instituição “ Casa da Roda”, que no século XVIII recolhia crianças rejeitadas. Para a realização deste projeto, o Município lançou uma campanha de angariação de utensílios usados na época. Esta foi essencial e o espólio doado contribuiu de sobremaneira para a concretização do Núcleo. Em 19 de abril de 2014, é inaugurado o Núcleo Museológico da Casa da Roda de Torre de Moncorvo.
Espaços
A casa da Roda dos Expostos de Moncorvo situa-se no núcleo medieval, próximo da igreja da Misericórdia, em Torre de Moncorvo. De arquitetura rural transmontana apresenta uma varanda exterior alpendrada e uma pequena janela, com a data de 1785. É visível no seu interior a forma arredondada onde funcionava a roda. O núcleo Museológico está dividido em dois pisos, no primeiro andar, o espaço está redecorado à época e com o mesmo ambiente em que a ‘rodeira’ e o ‘rodeiro’ recolhiam as crianças, logo à entrada, encontram-se dois berços onde eram colocados os expostos, a rodeira vestida com os trajes da época e uma mala com as roupas das crianças. A cozinha possui um armário “Cantareira”; escano com preguiça, bem como todos os utensílios para a confeção e elaboração das refeições utilizados na época (pratos, panelas de ferro, cântaros de barro, entre outros). O último espaço, destinado a quarto da rodeira apresenta uma cama em ferro e uma cópia do livro de registo dos expostos da Roda de Moncorvo. Num ecrã interativo estão disponíveis os bilhetes entregues com as crianças e a história do edifício. No rés do chão encontra-se uma exposição das várias fases do restauro da casa, seguindo as técnicas tradicionais, bem como alguns achados que apareceram ao longo da obra, tais como, uma moeda de 1751 e um poço para aproveitamento das águas escavado na própria rocha.
Fundos e Coleções
Os Fundos que se encontram expostos na casa da Roda, são constituídos por 138 objetos doados por várias famílias do concelho de Torre de Moncorvo, dos quais se destacam um armário “cantareira”, escano, panelas em ferro, malgas e cântaros em barro, as tenilhas, as candeias de azeite, a cama em ferro os cobertores de burel e os baús com as roupinhas de criança.
Serviços
Visitas e Serviços Educativos
Para marcação de visitas de grupos, deverão ser marcadas com antecedência mínima de 10 dias úteis, através dos contactos disponibilizados aqui. Ao longo do ano são efetuadas várias atividades no âmbito dos serviços educativos. A programação poderá ser consultada na Agenda Cultural.
Contactos
Morada: Rua da Misericórdia
5160- Torre de Moncorvo
Coordenadas GPS: 41.175865, -7.052271
Telefone: 279 252 289
Email: turismo@torredemoncorvo.pt
- Para efetuar visita, dirija-se à LIT (Loja Interativa de Turismo)